terça-feira, 9 de março de 2010

A viagem

Não conseguia se destacar na multidão, para ele a vida era sempre igual, sempre rotineira, sempre monótona. Nunca fora bom em nada...

Também não conseguia ser diferente disso, não conseguia mudar, inovar, se aventurar, vivia na monotonia...

Resolveu viajar, mudar, inovar, aventurar, sair da rotina. Foi para o Chile, um lugar exótico, novo e agitado, afinal talvez novos ares mudariam tudo.

Percebeu o quão bom era se afastar da sua vida, que ele o odiava, se afastar do grupo, da sua tribo, do seu habitat, do seu mundinho, sua rotina. O fato de ser diferente era utópico ao seu ver, distante, mas agora parecia ser SUA vida, ser real... Enfim, diferente.

Achava que um dia deveria voltar, pois só então sua viagem teria sido eficiente, ele mostraria para todos seu novo eu, mostraria para o mundo, o seu mundo que havia mudado, que estava diferente, que saíra da toca de sua monotonia...

Diferente!

E depois de tais devaneios em meio ao transito parado na avenida paulista, chegou em casa, pegou a mala velha e empoeirada, as melhores roupas e partiu... Sem rumo, sem destino, sem um lugar. Simplesmente sumiu, fugiu, mudou.

Apenas com uma idéia na cabeça: “Ser diferente!”.

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